Entenda quais são as principais Demonstrações Contábeis do Terceiro Setor
A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente habilitado.
As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado.
**AVISO** (AO FINAL DESTE ARTIGO, HÁ DISPONÍVEL APOSTILA PARA REFORÇAR O ASSUNTO E MODELOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E PLANO DE CONTAS)
De acordo com a Instrução Normativa ITG 2002, faz-se necessário e obrigatório apresentação das seguintes demonstrações contábeis:
- balanço patrimonial ao final do período;
- demonstração do resultado do período;
- demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
- demonstração dos fluxos de caixa do período;
- notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas;
Obs.: Apresentação das informações comparativas com o período anterior.
Peculiaridades da ITG 2002
- Ressalta-se que segundo a ITG 2002 No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido.
- No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do período.
Destaques apresentação DCs – ITG 2002
- Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos por tipo de atividade
- Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser classificadas nos fluxos das atividades operacionais.
- A entidade pode controlar em conta de compensação transações referentes a isenções, gratuidades e outras informações para a melhor evidenciação contábil.
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Estrutura das demonstrações contábeis:
Introdução
- O intento da demonstração do resultado (“DRE”) é, no final das contas, captar o desempenho da gestão da entidade.
- Equação: Superávit/Déficit = Receitas – Despesas
- Receitas: são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais
Introdução pt.2
- Despesas: são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais
- Receitas e despesas devem ser apropriadas pelo regime de competência.
- O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social. O superávit, ou parte de que tenha restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do Patrimônio Líquido.
- Balanço patrimonial e demonstração do resultado
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Modelo geral de demonstração do resultado
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Elementos da DRE (pt.1)
- As receitas são apropriadas pelo regime de competência.
- Apresentar as receitas (e despesas) segregadas em “operações próprias” e “operações em parcerias”.
- Receitas são apresentadas líquidas dos efeitos tributários.
- Sob este título, devem ser agrupada todas as receitas das oper ações próprias sem os tributos indiretos incidentes sobre a receita, bem como as demais deduções incondicionais.
- Alguns exemplos: atividades de educação, saúde, assistência s ocial, direitos humanos, voluntariado e assim por diante.
- Também destacamos “Resultado de Operações Descontinuadas” e “Resultado de Operações em Parcerias” por também conterem receitas.
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Elementos da DRE (pt.2)
- Os custos também são apropriados pelo regime de competência.
- Apresentar os custos segregados em “operações próprias” e “operações em parcerias”.
- Alguns exemplos de custos das atividades e programas: atividades de educação, saúde, assistência social, direitos humanos, voluntariado e assim por diante.
- Quando possível, os custos são apresentados detalhados e guardam simetria com as receitas.
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Elementos da DRE (pt.3)
- Despesas operacionais: nesse grupo são alocadas as despesas ligadas mais à manutenção das atividades como um todo, sem relação com uma ou mais atividades especificamente.
- Resultado financeiro: registra as receitas e despesas financeiras da entidade. Algumas entidades colocam as receitas financeiras na primeira linha da DRE, junto com as demais receitas.
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Exemplos práticos (pt.1)
- Exemplos práticos (pt.2)
- Exemplos práticos (3/3)
Instituto Ayrton Senna
Demonstração dos fluxos de caixa: compreendendo as alterações no caixa da entidade
- Introdução
O caixa do Instituto Ayrton Senna foi reduzido em R$ 59.151, de 2009 para 2010.
Por quê?
A demonstração dos fluxos de caixa visa justamente a explicar isso.
- Introdução
- Para explicar a variação no caixa das entidades de um período para outro, a contabilidade vale-se de uma demonstração denominada “demonstração dos fluxos de caixa”.
- Mais precisamente, explicação a variação do “caixa e equivalentes de caixa”.
- Caixa = dinheiro disponível no caixa da entidade e em contas bancárias.
- Equivalentes de caixa = aplicação financeiras de curtíssimo prazo (na prática, utiliza-se 90 dias), com alta liquidez e baixo risco.
- Explicação da variação do caixa
- A explicação da variação do caixa é decomposta em três grandes grupos: a) atividades operacionais, b) atividades de investimento e c) atividades de financiamento.
- A ideia é separar todas as entradas e saídas de caixa nos três grupos citados. Atividades operacionais: nesse grupo, a entidade apresenta todas as receitas e despesas ligadas às atividades da entidade (doações também são incluídas aqui). Por exemplo, recebimento pelas assistências prestadas, pagamentos de salários, tributos, custos e assim por diante.
- Atividades de investimento: geralmente, esse grupo é composto pelos investimentos em ativos imobilizados e intangíveis. Também há entrada de recursos decorrentes da venda de ativos imobilizados e intangíveis, mas menos comum.
- Atividades de financiamento: em entidades sem fins lucrativos, é comum observar esse grupo ser composto pelas amortizações de empréstimos e financiamento (os juros podem ser classificados tanto nesse grupo como entre as atividades operacionais).
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Estrutura geral da demonstração dos fluxos de caixa
Método direto e indireto (pt.1)
A demonstração dos fluxos de caixa pode ser elaborada pelo método direto e indireto.
- O “método direto” e “método indireto” refere-se à maneira como o fluxo de caixa decorrente das atividades operacionais é obtido.
- Método direto = exibe efetivamente os montantes que entraram e saíram do caixa em cada período. Por exemplo, o usuário “enxerga” claramente quanto a entidade recebeu de doações.
- Método indireto = não exibe os montantes que, efetivamente, transitaram pelo caixa, embora o efeito final do saldo de caixa seja o mesmo obtido pelo método direto.
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Método direto e indireto (pt.2)
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Exemplo aplicado (pt.1)
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Exemplo aplicado (pt.2)
- O caixa de um entidade aumentou de R$ 1.000 para R$ 3.600. Ou seja, cresceu R$ 2.600.
- Qual foi a receita com doações? R$ 7.500. Mas quanto foi recebido? O saldo inicial de doações a receber era R$ 4.500. Durante o período, a entidade reconheceu doações no valor de R$ 7.500. Se a entidade não tivesse recebido nada, o saldo de doações a receber seria de R$ 12.000. Porém, o saldo final é R$ 5.000. O que podemos concluir? A entidade recebeu, então, R$ 7.000 (R$ 12.000 – R$ 5.000)!
- Qual foi o custo dos serviços? R$ 6.000. Mas quanto foi pago? O saldo inicial de fornecedores era R$ 500. Durante o período, a entidade reconheceu custos de R$ 6.000. Se a entidade não tivesse pago nada, o saldo de fornecedores seria de R$ 6.500. Porém, o saldo final é de R$ 2.100. O que podemos concluir A entidade, pagou, então, R$ 4.400 (R$ 6.500 – R$ 2.100)!
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Exemplo aplicado (pt.3)
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Exemplo aplicado (pt.4)
- E pelo método indireto? Assume-se que o superávit afetou totalmente o caixa. Isso é verdade? Não. Por quê? Por causa do regime de competência. A entidade reconheceu receitas sem necessariamente terem sido recebidas e custos sem necessariamente terem sido pagos.
- Como fazemos? Começamos pelo superávit/déficit. Depois, calculamos as variações de ativos e passivos ligados às operações. Por quê? Porque se alguma coisa foi reconhecida na receita e despesa e não foi recebida estará ou em “doações a receber” ou em “fornecedores”, respectivamente.
- As doações a receber cresceram R$ 500 (R$ 5.000 – R$ 4.500). O que significa? Que da receita de R$ 7.500, R$ 500 ainda não foram recebidos.
- Os fornecedores cresceram R$ 1.600 (R$ 2.100 – R$ 500). O que significa? Que dos custos de R$ 6.000, R$ 1.600 ainda não foram pagos.
- Exemplo aplicado (5/6)
- Exemplo aplicado (6/6)
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APOSTILA TREINAMENTO CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR (com modelos das demonstrações contábeis)
DICA PARA CONTADORES INICIANTES:
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